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PDSML RV 2018 - S01E05


Unova Nacrene City Map.png
Temporada 01 - Episódio 05: "Maybe I got mine, but you'll all get yours" | Localização: Nacrene City

Um grito esganiçado invadiu a cidade na tarde anterior. Seu autor, Matheus, foi confrontado com uma cena de um filme de terror a qual não imaginou que pudesse se concretizar. Bruna e Otávio ficaram sem entender nada, porém, não podiam fazer muita coisa senão carregá-lo para longe daquele local, pois seu amigo havia entrado em intenso estado de apatia. Além dele, a jovem jornalista Marília aparenta saber mais do que deseja contar por ora. Após deixarem o museu, agora cena de crime, os viajantes de Nuvema Town buscam não apenas restaurar a sanidade do companheiro, mas também obter respostas.
De acordo com Marília, o museu fora encontrado por eles trancado, entretanto, Matheus tinha uma chave reserva consigo e entrou pelos fundos junto com a mesma. No entanto, a polícia entrara na construção no dia anterior. Algo estava cheirando mal, todavia, existia coisa alguma que podiam fazer. Encontravam-se impotentes e não podiam atropelar as coisas.
Justamente por ter feito um barulho tão alto que havia o receio de serem ligados ao suposto crime que ocorrera ali. Tomaram um caminho mais longo, entre construções largas e árvores, até os fundos do Centro Pokémon, tudo para não serem vistos carregando-o. Não era questão de proteger a si mesmos, encobrirem álibis ou coisa do tipo, sim sobrevivência do grupo, afinal, não faziam ideia em que estavam pisando.
Igualmente, não sabiam se podiam confiar nas informações de Marília, tampouco sabiam de verdade quem era Matheus Castillo, seria ele de fato filho da ex-líder desaparecida de Nacrene? Na entrada dos dormitórios, trombaram com dois ou três treinadores, isso provavelmente não seria um problema, desde que esses não ligassem os pontos.
Assim que chegaram, deitaram o garoto em sua cama. Bruna até checou seu pulso, já que esse não respondia a estímulos de voz, movimento ou toque. Seu corpo estava funcionando "dentro dos conformes", mas era como se sua mente tivesse desligado contato com o mundo exterior.
— O que vamos fazer? A gente precisa levá-lo para um hospital.
— Bruna, do jeito que ele gritou, a cidade inteira escutou. Vão descobrir que nós estávamos onde não devíamos. Quer dizer, isso se a Marília tiver dizendo a verdade. — Nesse meio tempo, a coordenadora já havia digitado, desesperada, à repórter.
— E vai deixar o coitado desse jeito? Tem que ter algum jeito.
— Eu posso ligar para minha mãe... Mas ela iria surtar, com certeza.
— Ele parece que tá preso, vegetando. Por favor, liga pra ela.
— Tive uma ideia. Fica de olho nele, me dá sua chave rapidinho? Prometo que se não der certo a gente procura um médico.de verdade.
— Certo, mas para que quer a chave?
— Confie em mim. — Bruna assentiu, e retirou uma chave prata do bolso.
Otávio logo mais retornaria ao local. O corredor, vazio, ficou apertado com o treinador carregando, cauteloso, o colchão do quarto da parceira junto de sua roupa de cama. Os aposentos de Matheus não eram muito espaçosos também, entretanto, mais que o suficiente para concretizar o tal plano miraculoso.
— Me desculpe por mexer em suas coisas. Tranquei seu quarto, mas hoje vamos precisar dormir aqui. Vou no meu quarto pegar minhas coisas também, certo? — Em resposta, a garota assentiu, com certo nó na garganta. O outro tornou quase tão rápido como da primeira vez, acomodando seus pertences no cubículo.
Marília não respondia as mensagens.
— Só para ter certeza. Seu Snivy sabe usar Sweet Scent?
— Uhum, por qu... — Bruna findaria sua frase, mas deu-se conta do plano do companheiro. Engenhoso, contudo, havia dúvidas de seu potencial de sucesso.
— Perfeito. Vou no banheiro rapidinho cuidar disso. É a ultima vez que te deixo sozinha, prometo.
Quando regressou, trouxe duas toalhas de mão e uma garrafa com água da torneira. Botou tudo na cômoda ao lado da cabeceira da cama.
— Acho que podemos começar. Pela sua cara, já sabe o que quero fazer, né?
— Só espero que esteja certo.
O loiro suspirou. — Perdi o controle da situação há muito tempo. — Desviou o olhar. — É estranho pensar que uma das pessoas mais inteligentes de Unova, senão a mais, pode não estar mais entre nós. — Veio a engolir seco. — Ela vivia visitando o laboratório, sabe? — Bruna não imaginava, só que enquanto esteve em Kanto, seu amigo desenvolveu ligação profunda com os estudos, e Lenora tinha sua afetiva parcela de responsabilidade nesse incentivo. — Não éramos uma família nem nada, mas é muito estranho parar pra pensar nisso. — No fim das contas, não queria demonstrar o ligeiro desconforto pelo que passava com a cogitação de uma tragédia envolvendo a diretora do museu.
— Não seja tão pessimista. Eu ainda acredito que vamos encontrá-la, para não falar do marido dela, que também sumiu.
— Você está certa. Por partes então. — Com olhos cerrados, arraigou um sorriso tímido na face. — Vamos usar Snivy para dopá-lo com Sweet Scent. Quem sabe se quando ele acordar ele não esteja melhor. É só uma teoria. Ah, vamos usar isso. — Derramou água sobre as toalhas, entregando uma encharcada para Bruna e ficando com a outra, úmida do mesmo modo. — Não podemos dormir desse jeito, né?—
— Só estava esperando por isso. Snivy, saia! Use o Sweet Scent. Só pare quando eu disser, ou Matheus fechar os olhos!
"Eu só queria dormir..."
A criaturinha sorriu com orgulho nas popilas de serpente. Rapidamente, o ambiente se empesteou com sua fragrância doce e reconfortante. O pano molhado nos rostos dos demais impedia que o efeito dopasse-os também. Metades de minuto iam se passando e as esperanças da coordenadora diminuíam no processo, até que na contagem de cento e quarenta e três, as pálpebras do rapaz se fecharam. "Deu certo". — Pensaram
— Snivy, bom trabalho! Até depois. — Murmurou com voz anasalada.
— Vamos conversar por mensagens até anoitecer. — Cheio de cuidado, limitou-se a sussurrar. — Daí dormimos.
"Estou um passo a frente de você" — Enviou a mensagem. "Do jeito que esse dia foi, ele só acorda de manhã."
"Ainda não sei como entrei nessa roubada".
"Me pergunto todo dia quando acordo e olho pro seu rosto".
"Uma roubada adorável".
"Desde qnd você tá imitando o Matheus?" — Bruna perguntou.
"Uh, parece que é contagioso".
As horas se passavam, com morosidade em demasia, pois aguardaram das dezessete às vinte e duas horas o sono vir. Não era usual dormir tão cedo, mas a preguiça e o pouco movimento tomaram conta de seus estados de espírito. Assim que menos alertas, dormiram tão pesado quanto o nascido em Nacrene.
Feixes finos de luz direto do astro-rei engoliam o ambiente com o rubor na face dos dorminhocos. Oito da manhã e Matheus despertou com a memória bem avivada de cada momento do dia anterior. Permaneceu alguns minutos encarando o teto antes de resolver se mexer de verdade. Episódios depressivos, com cargas variadas de desespero eram frequentes, para não dizer cotidianos.
Pensou ter o disfarce de ego inflado como a máscara perfeita para esconder suas dores, porém, Matheus e Bruna tinham visto o seu pior lado. Sabia que estavam lá, inclusive ouvia os roncos da loira ao lado da cama. Por essa razão, sentiu-se patético e vulnerável. Ah, céus, aquilo não podia estar lhe ocorrendo. Todavia, não haviam mais tal tristeza latente, o que não significava o fim das inseguranças, pelo contrário. Pouco mais de vinte minutos depois, entregou suas forças com o desejo de reagir: sentou-se na beirada da cama.
— Acordou cedo — A voz de Otávio chamou-lhe a atenção. Ele estava com a mesma postura, mas num colchão no piso frio. Por não lhe responder, o loiro temeu a persistência dos sintomas. — Desculpa invadir seu quarto assim... — Tentou puxar assunto.
— Eu ouvi tudo.
— O quê? — Disse Otávio. Bruna pôs-se a revirar seu corpo, acordando por breves instantes, mas sendo chamada a atenção pelo barulho que ambos faziam, quase pulando quando deu-se conta da melhora do amigo.
— Eu ouvi tudo o que vocês disseram. Só não conseguia abrir a boca, ou me mexer.— Parou. — Sei lá... Não importa.
— Sinto muito... — Bruna também se levantou. — Não posso imaginar o que você está sentindo agora, mas quero que saiba... — Pausou. — Que estamos aqui pro que você precisar.
Olhares se voltaram para o rosto afetado  de Matheus, mantendo-se calado. Forçou um sorriso, o qual não conseguiu manter por muito tempo. Outro suspiro. Aderiu ao tom de conformismo nas expressões, recostado na beirada da cama, sem favorecer a visão nem de Bruna ou Otávio, que dormiram em lados opostos do quarto.
— Não queria que vissem isso. Ah... Eu deveria estar chorando agora, mas não consigo sentir nada. Acho que devo umas explicações pra vocês.
— Por que não descansa? Podemos tomar um café... — Otávio sugeriu.
— Francamente, não tenho tempo a perder. Uma parte de mim, eu sei, lá no fundo quer continuar chorando e definhar na cama. Não sei quem ou qual de mim sou eu, mas não tenho lágrimas para chorar. Preciso ir atrás de quem realmente fez isso com minha mãe, não vou me perdoar sabendo que ela ainda pode estar viva enquanto choro. — Os rostos do treinador e coordenadora exibiam mais dúvidas que certezas. Sua voz estava modulada de forma a inspirar confiança, similar a antes, junto de seriedade, contudo, sem precisar forçar. Era como se uma entidade de personalidade a parte tomasse conta de seu corpo.
— Meus pais biológicos morreram num incêndio quando eu ainda era pequeno, ainda tenho memórias vivas, mas Lenora era uma antiga amiga da família. Ela e o Hawes cuidaram de mim. Isso já deve explicar algumas coisas.
— Matheus... Por favor, você não parece muito bem... — Bruna deu prosseguimento ao interrogatório.
— Hmm... Acho que não poderia estar melhor. Talvez um pouco apaixonado por vocês ou... — Arranjou os dedos e estalou-os de cinco em cinco. — Não faça essas caras... Não é pra levar meus flertes tão a sério.. Estou preocupado, de verdade. Só não sei do que seria capaz de fazer se eu visse quem fez isso com minha mãe agora. Minto, eu sei sim: quebrar cada um dos ossos e socar até entortar a cara me parece uma boa ideia, para começar.
— Entendo sua raiva, mas não acho que deva manchar suas mãos com sangue...
— Elas estão sujas a muito tempo, pelo menos com o meu. — Já emendou a frase erguendo sua camisa. Havia um detalhe que talvez não perceberam da última vez, quando trocou a camisa destruída pelos Rufflet.
Não eram feridas causadas pelas aves, superficiais nas costas, sim uma larga e profunda cicatriz transversal no abdômen do moreno. Sua existência apenas não atraiu atenção dos companheiros de viagem porque mudou de costas a ambos, para poupá-los dessa visão. No entanto, não ligava mais para isso. A vergonha do próprio corpo deu lugar a um repentino sentimento de orgulho.
— Foram eles.
— O que quer dizer com isso?
— Dois anos atrás, o museu foi invadido por membros da Team Plasma. Eles roubaram nosso crânio de Dragonite enquanto eu estava sozinho lá dentro. Mandaram um Bisharp me atacar. Perdi muito sangue e estou vivo por um milagre. — De olhos cerrados, abaixou a camisa.
— Você acha que são as mesmas pessoas que fizeram isso com sua mãe? — Questionou Otávio
— Quando minha mãe abdicou do cargo como líder, pensou que isso fosse me proteger. Era a única coisa que estava errada. Não dei importância para algumas coisas que ela dizia, mas aqui estou. Não é o governo, nem a Elite Four ou o campeão que controla Unova. São eles. E quando digo isso... — Olhou com ressentimento para a palma da própria mão. — Falo da Equipe Plasma...
— M... — Seus amigos iriam interrompê-lo, todavia, Castillo não permitiu que começassem.
— Aquilo que disse ontem ainda é algo que acredito. Já repararam que a Elite nunca faz nada? Dois anos atrás, não mexeram um dedo para salvar a gente da destruição. Sou mais confiante quanto aos líderes, mas tenho motivos de sobra para acreditar que há um traidor no meio, ou pelo menos alguém os manipulando, o que duvido muito.
— Isso é impossível! Já viu a Caitlin?! É impossível que alguém como ela esteja envolvido em uma coisa tão cruel.
— Aquela que vai ser jurada nesse Contest de Castelia? A mesma que cruzou os braços quando tentaram usar os dragões preto e branco para destruir nossa terra? — A loira ficou sem ter o que lhe responder.
— Matheus, o que você tá dizendo é loucura...
— Diga por você. Eu te respeito muito, Otávio. Não pensei que fosse encontrar pessoas que fossem ser tão gentis comigo, e sou grato. Só que agora, se alguém tocar um dedo em vocês, eu prometo que rasgo a cara do imbecil. Vocês são tudo que me sobraram. — Encheu-se de lágrimas, as quais não chegaram a ponto de atravessar seu rosto. Porém, visivelmente perturbado. No fundo, ambos acreditavam na versão do garoto. — Por favor, acreditem em mim. — O antebraço trazia sua líquida infelicidade a rodo, de uma única vez.
— Está bem. Vamos atrás de cada um dos membros da Elite e analisá-los um por um, começando por Caitlin. E vamos trazer sua mãe de volta, viva. Certo?
— Adorável, mas não me prometa o que não pode cumprir... — Pela primeira vez em tempos, alargou um sorriso sem graça. — O que acha, Bruna?
— Vocês são malucos. Mas vou fazer o meu melhor. — Também cria em Matheus, era a única explicação que podia encontrar para si diante da eliminação de alguém sem inimigos. Só não admitia para si mesma.
— E guardem segredo. Não confiem em ninguém. Principalmente Marília. Ainda não qual o jogo dela.
— Que tal jornalista? — A coordenadora sugeriu.
— Esse é meu medo... — Riu baixinho.
— Ela não viu nenhuma mensagem. Isso porque disse que responde rápido. — Replicou-o.
— É o menor dos nossos problemas. Tenho umas coisas ainda que preciso falar com vocês. Cês vem comigo?
— Para onde vamos?
— Sem pressa. Isso se você e sua namorada deixarem o quarto para eu poder tomar um banho. A não ser que queiram v...
— Pelo amor de Deus, não precisa dizer duas vezes. A gente já vai se arrumar. Lá em baixo em 30 minutos? — Bruna puxou Otávio para fora do quarto, um pouco bagunçado com o amontoado que aquilo se tornara, visto sua superlotação.
— Ok, ok.
Pouco antes do horário marcado bater, os de Nuvema esperavam no café anexo ao centro Pokémon, também arrumados. Ambos trocavam mensagens de confidências, o assunto era obviamente a mudança repentina de comportamento do seu amigo, da água para o vinho. Isso os deixaria assustados se não fosse ao mesmo tempo tão trágico.
"Oq acha que aconteceu com ele?"
"Não sei... Acho que já li sobre essas coisas nos livros do laboratório, sei que gente surtando assim era comum há uns vinte anos. Mas a gente não tem muitos livros falando sobre a guerra".
"Vc escreve como se fosse a coisa mais normal".
"Já pensei em tanta coisa... O que ele diz cada vez faz mais sentido. A gente devia confiar nele. Ele precisa da gente agora. E você devia saber de sla, qlqr coisa, foi Kanto que começou isso".
"Me tira dessa. Eu nem fui pra lá porque quis".
"Ele chegou". 
 Matheus entrou pelo salão principal com sua melhor roupa e mais alinhado que o normal, não a ponto de ser formal, mas até seu guarda-roupas parecia ter mudado. A coordenadora se controlou para não bater com o queixo com o visual do outro. Mesmo Otávio não se conteve para expressar admiração, assim como todos os outros presentes, cuja maioria era familiarizada consigo. De maneiras inecompreensíveis, tornava uma jaqueta preta com camisa de simples estampa branca em algo paranormal.
— Podemos ir? — Retirou os óculos escuros, de pé na frente dos dois.
— Ãhn... Sim, sim. — Sincronizados, assentiram, voltando para a realidade.
— Bom, bom. Estão bonitos, gostei das roupas. — Devolveu-lhes com sincera simpatia. — Principalmente a saia, Bruna.
— Obrigado(a)..
— Não vai nos dizer mesmo onde estamos indo? — Dessa vez, Bruna rompeu com as falas combinadas com o parceiro, repetindo a pergunta de antes.
— Pra um beco escuro, tirar seus órgãos com uma faquinha de manteiga pra eu vender.
— Oh... Parece interessante.
O comentário de Castillo não estava errado num todo. Era de fato uma parte com becos escuros de Nacrene. Parou de liderá-los assim que se aproximaram de um barzinho não muito iluminado. Bruna entendeu de cara e seu coração até se aqueceu ao ler o letreiro. Otávio, por outro lado, que nunca esteve em Kanto, Johto, Hoenn ou mesmo Sinnoh, não era capaz de entender uma sílaba, talvez arriscaria um chute se fosse o dialeto de Kalos, apenas aguardava respostas.
— Um karaokê!
— É meu lugar favorito da cidade. Faz tempo que não venho aqui...
— Não pensei que estivesse tão animado. É bom ouvir isso. — Disse Otávio.
— Nem tanto. Já me senti assim. Aconteceu uma ou duas vezes. Parece que não estou no meu corpo, tenho coragem para fazer tudo que quiser. Quando acordo no dia seguinte, tudo volta ao normal. Já fiquei esquentado por não saber quem sou eu de verdade, esse ou aquele. Cheguei a conclusão que isso não importa, sabe? — Não havia como sentir pena de Matheus no momento. A voz constante e firme encorajava-os, ele definitivamente sabia o que estava fazendo.
— Eu... acho que sinto muito. Na verdade, contanto que isso não seja um problema para você... De toda forma, não vamos sair do seu lado.
— Não sinta. Quando esse eu voltar a dormir amanhã, quero lembrar de cada segundo. Só por hoje, me ajudem a esquecer? — Os dois se olharam, contentes, balançando a cabeça em mútua confirmação.
— Vamos!
Dentro do estabelecimento, a penumbra era derrotada pelas luzes extravagantes roxo e azuis piscantes. Diferente dos karokês de Castelia, esse em especial cobrava por hora dentro de salas a prova de som. Mesmo o mais tímido entre eles não teria que se preocupar com desconhecidos.
— Bom, vadias, farei a questão de começar para ensinar como se faz, se não se importarem.
O trio perdeu a noção do tempo, passando o restante da manhã e início da tarde ali, descobrindo lados e gostos uns dos outros que não imaginavam existirem. Matheus podia dizer com plena segurança que nunca se divertira tanto em sua vida. Otávio reclamar de músicas que apenas Bruna e Castillo entendiam a letra se tornou praticamente uma piada recorrente, a ponto de escolherem essas canções apenas para irritar o loiro. O dia foi se passando até todos retornarem, sem voz, para suas acomodações, onde continuariam a festinha.
[...]
Na manhã seguinte, um misto de euforia e alívio tomou o corpo de Matheus ao despertar. As lembranças irrigavam seu sangue quente com as sensações do dia mais intenso de sua existência simplória. Justamente o que não ocorrera em anos, passou-lhe diante das pupilas frágeis em quarenta e oito horas.
"...Finalmente". — Pensou, ao perceber que estava novamente sobre controle de si, sem deixar de cumprimentar-se com um sorriso de plenitude.
Estava tudo bem.
"Querido diário,
escrevo porque não quero esquecer das memórias desse dia, mas como é que vou me esquecer de Otávio e Matheus, louquíssimos, cantando Bad Romance juntos?
[...]"
- Bruna

PDSML RV 2018 - S01E04


Unova Route 3
Temporada 01 - Episódio 04: "Komm, süßer Tod" | Localização: Rota 03
Seguindo sua viagem após conhecer Matheus, o aspirante a líder de ginásio, e Otávio capturar seu primeiro Pokémon. Os três continuam em direção a Castelia City, onde será realizado o primeiro Torneio de Unova e o jovem treinador terá a oportunidade de desafiar o ginásio da cidade. Porém, no caminho, terão de passar pela tranquila Nacrene, acessível pela Rota Três, onde se encontram.
— Vocês tem certeza por onde estão indo?
— Nossa, Bruna, eu cresci aqui. Se eu errar o caminho, eu dou bola pros flertes do Matheus
— Nah... Não foi dessa vez. Mas erra caminho numa próxima. — O moreno devolveu em sugestão, brincando em tom de decepção, pois nasceu e foi criado na cidade vizinha, sabia que estavam bem encaminhados.
O trajeto retilíneo era percorrido sem maiores distrações, mesmo o silêncio não era um problema para o grupo. Contudo, algo chamou a atenção de Zorua, fora da Pokébola, deixando-o inquieto sobre o ombro de Otávio. Pelo fato do movimento de uma das orelhas-radar do Pokémon fazê-la se esfregar desconfortavelmente contra a sua direita, o loiro interrompeu a caminhada.
— Algum problema, Zorua?
— O que foi? — Disse Bruna.
A pequena raposa saltou de uma altura de pouco mais de um metro e meio ao solo, indo em direção a um sinal que aparentemente apenas ele era capaz de captar. Matheus deu de ombros, e foi o primeiro a seguir Zorua, sem pressa, até o outro lado de uma rocha escondida por um íngreme musgo. Entre outras duas rochas, uma garota e seu Pokémon se escondiam, provável a fazer algo importante. Zorua apontou a criatura estranha, que emitia sinais que a incomodavam.
— Mas o quê...? — Sussurrou a desconhecida.
— Zorua! O que deu em você? — Otávio se agachou, acariciando-o. Todavia, não pôde deixar de notar o que via diante de seus olhos. — Uau...
Movendo seus membros em uma velocidade constante e até estranha, a criatura cuja simples existência desafiada a lógica da natureza gerava sinal de internet para a treinadora conforme suas pernas e braços giravam. Bruna e Matheus também ficaram extremamente surpresos, pois aquilo não parecia um Pokémon de fato. Entretanto, a coordenadora sabia bem, assim como o amigo de infância, do que aquilo se tratava, praticamente um tabu na comunidade científica. Castillo, por outro lado, apenas admirava sem entender coisa alguma.
— Eu não sabia que eles ainda existiam... — Assim que Otávio concluiu sua frase, o companheiro apontou a Pokédex, estranhando sua fala.
https://www.pkparaiso.com/imagenes/xy/sprites/animados/porygon.gif
"Porygon, o Pokémon virtual. Criado há mais de vinte anos com o intuito de explorar o ciberespaço, esse Pokémon é capaz de decompor seu corpo físico e invadir a rede de computadores."
— Uh... Você deve ser bem rica... Quer ser minha namorada? — O moreno riu baixinho, estendendo a mão para a garota, que obviamente não estava esperando gente enxerida.
— Por favor, nos perdoe. Só seguimos Zorua e... Esse daqui não tem cérebro. — Puxou o colega pelo cabelo, descontraída. "Ai-ai!"
— Não. Está tudo ok. Só estava trabalhando, e meu Porygon ajudando, não é? — A jovem tratou de fechar o Notebook no qual digitava com tanta velocidade, levantando-se. Porygon, antes inquieto, cessou, aparentemente feliz, dadas suas limitadas expressões.
— Eu tenho tantas perguntas...
— Achei que eles tivessem sido parados de... você sabe... vinte anos atrás.
Otávio e Bruna se referiam ao que se tornou o chamado "Projeto Porygon". A questão é que, apesar de sua proposta original, os Porygon demonstraram vários problemas de funcionamento, inclusive ao que se diz sobre suas emoções. Versões mais estáveis vieram, mas o escândalo só não foi maior porque eram pouquíssimos os que tinham um desses em mão. Hoje em dia, sua população é tão irrisória que sua evolução, Porygon2, supera e muito seus números. Praticamente todos estão nas mãos de cientistas.
Para aqueles que conhecem a história, o tabu é real. Porygons são tidos por muitos como erros, visto que a despeito de não terem sido programadas emoções complexas, essas se desenvolveram surpreendentemente, gerando barulhos e movimentos estranhos e, por vezes, indesejados. Não se sabe quantos Porygon foram abandonados. Acredita-se que os inestimáveis "desaparecidos" vivem isolados nas camadas mais profundas da rede de computadores, onde ninguém pode ouvir seus lamentos. Apesar disso, o burburinho foi relativamente pequeno e, no geral, quem conhece essa história são moradores de Kanto, pesquisadores, as organizações militares.
— A propósito, prazer, Marília. Repórter enviada da Jubilife TV. E esse é meu parceiro de trabalho, Porygon. Não esperava que alguém fosse reconhecer Pory... Mas não precisam se preocupar, eu tenho uma licença para cuidar dessa coisinha linda. — Passou a mão sobre suas "costas" quadradas, alisando-as.
— Bruna!
— Matheus, ou seu futuro namorado, se quiser. — A loira revirou os olhos e, antes que o treinador de Zorua dissesse algo, Marília completou.
— Otávio, filho da Professora Juniper, correto? — Jogou o cabelo para trás, com quês de hesitação e ansiosidade.
— Como você...?
— Eu sei de muitas coisas. Mas, por hora, se vocês puderem me desculpar, eu preciso ir. Tenho trabalho para terminar em Nacrene. Porygon não vai precisar ficar roteando wi-fi para mim daqui.
— Ah, estamos indo para lá. — Bruna abriu os olhos, receosa, porém, com enorme curiosidade sobre onde isso os levaria. Otávio manteve-se calado quanto a Marília, temeu questionar
— Posso dar uma carona para vocês. Tudo bem?
— Carona?
— Sim, sim. Se vocês quiserem. — Respondeu a Matheus.
— Claro. Muito obrigado!
— Eu nunca tentei isso com mais de uma pessoa, mas essa deve ser a hora. Porygon, use o Teleport!
O corpo do misterioso Pokémon começou a mover os membros em torno do eixo principal, com gradual brilho furtacor que logo mais se tornaria totalmente branco. Quando Bruna pôde perceber, diante de si, a repórter e Matheus sumiram diante de seus olhos, junto com a criatura. No entanto, Otávio ainda estava consigo.
 — Não sei porque eu ainda fico surpresa.
Otávio suspirou. — Bom, podemos alcançá-los daqui a pouco. De verdade não sei nada sobre Porygon para dizer qualquer coisa.
— É diferente do que contam, não é? Acho que confio nela, as o Pokémon dela não deve bater bem da cabeça.
— E ela ainda sabe meu nome! Como é que...?
— Depois você que me chama de sonsa. Sua mãe falta servir chá e mostrar o álbum de família pra quem visita o laboratório. Vou fingir que não conheço a peça.  Não obstante a situação impertinente do grupo separado, Bruna tentou manter o bom humor. Liberou Snivy em seguida.
— Ah, Snivy. faz tempo que não te vejo!
— Bem, agora é a minha vez.
— Como assim?
— As inscrições pro torneio começam daqui a pouco e preciso de um segundo Pokémon para poder me inscrever. Mas, agora, vou te mostrar como é que se captura um Pokémon. O que acha, Zorua?
— Você é lamentável...
—  Muito obrigada.
[...]
Em Nacrene
[...]
— Mil perdões! Não imaginava que isso poderia acontecer! — Retornou o Pokémon imediatamente, para despistar curiosos.
— Sem problemas. Eu tenho o número dos dois. Além disso, daqui a pouco eles tão aqui.
— Bom... Sei que devo umas desculpas para seus amigos, só que tenho que ir cobrir uma matéria por aqui, mas podemos manter contato!
— De boa. A gente se vê por aí sim. Quem sabe sair comigo? O jeito brincalhão do moreno, o qual no ponto de ser desnecessariamente invasivo, levantava dúvidas se (e quando) Matheus flertava ou apenas brincava. A outra abriu o scanner do próprio celular.
— Ah... Eu não sou muito afim de garotos. Manteve a concentração, com o mesmo e usual semblante carregado de amabilidade. Concluiu a ação, salvando seu número e enviando-lhe uma mensagem breve. "Oi!" — Prontinho. Se eu não responder logo é porque estou sem sinal, não que Porygon não possa dar um jeito. — Pôs uma das mãos sobre o ombro esquerdo, aliviando a tensão muscular.
— Ah... Foi mal. Mas, me desculpe a pergunta, o que que tem de demais para cobrir em Nacrene? Digo, eu cresci aqui e nenhuma bomba explode ou...
— Uh... Pela primeira vez, a garota tomou uma feição mais cautelosa. — Aconteceu "uma coisa" no Museu de Nacrene e a polícia aparentemente não quer criar pânico...
— O museu??? Dada sua relação com a ex-líder, Lenora, que o criou como seu filho, engoliu seco, com um tom que levantou preocupação em Marília.
[...] 
Previamente, na Rota 3
[...]
https://www.pkparaiso.com/imagenes/xy/sprites/animados/minccino.gif
"Minccino, o Pokémon chinchila. Minccino prefere viver em lugares apertados, estão sempre procurando algo para limpar e polir, em especial objetos brilhantes. Cumprimentam uns aos outros tocando suas caudas."
— Você viu a velocidade desse bicho? A gente nunca vai chegar perto.
— Menos, Otávio.
[...]
Minutos de perseguição depois
[...]
— Snivy, depois do Growth use Vine Whip e jogue ele na lama!
O pokémon adversário estremeceu só de ouvir aquela palavra, remetendo a algo tão sujo. Devolvendo com um indefensável Swift, desferido em desespero. A pequena serpente foi jogada para trás com diversas estrelas cadentes explodindo sobre si, mas graças ao movimento realizado há pouco, seu corpo, tendo absorvido parte da luz no local, cresceu e evitou um quarto do dano, o bastante para preparar suas vinhas e jogar o adversário numa poça enlameada próxima.
Minccino guinchou em um agudo ensurdecedor. Não por dor, mas repulsa.

— Agora! Pokébola!
Sem nem pensar duas vezes, Bruna tirou uma de suas normais da bolsa, jogando-a no alvo e rebatendo na ponta de sua cabeça. Snivy apanhou-a com suas vinhas antes dessa cair na lama. A pokébola girava uma, duas, três vezes em torno de seu eixo até o botão vermelho se estabilizar. Na mesma hora, seu inicial havia entregue o objeto em suas mãos.
— Otávio! Eu consegui! — Zorua riu como uma hiena — Já ganho pontos por ter capturado um Pokémon com estratégia, não?
— Entendi muito bem o que você quis dizer. Mas nah... — Aproximou-se da garota, envolvendo-a pela cintura e beijando sua testa, afastando-se depois.
— Você é ridículo. — Cautelosa para não machucar o treinador, apertou suas duas bochechas com a direita, um pouco envergonhada, mas não séria.
— Vamos voltar. Matheus deve estar preocupado.
— Sim, você deve ter sentindo muita falta dele.
— Bem, ele me trata melhor que você. — Segurou a mão delicada da garota com seu pulso carregado de segurança, afagando em círculos com seu polegar.
— Está certo. — Desvencilhou-se do toque, apoiando-se na parte das costas que alcançava, abraçando-o com o braço esquerdo. O mais novo respondeu não verbalmente, repetindo o gesto com o braço oposto.
O casal seguia sem pressa para Nacrene, cinco minutos do ponto que estavam, a passo lento. As folhas de início de estação caiam sobre suas madeixas desgrenhadas pelo vento gélido. Podiam ter escolhido algo mais caloroso para se vestir, mas seus corpos esquentavam um ao outro. Palavras eram desnecessárias, a quietude dizia muito, acalentando seus ânimos.
À medida que se aproximavam da cidade, o sinal de seus celulares melhorava. Ambos dispararam a alguns metros da entrada de Nacrene. Pegaram os aparelhos ao mesmo tempo. Eram mensagens de um número desconhecido, mas sua foto identificou o sujeito: Marília. "Uh...", fez Otávio; já Bruna, suspirou.
"Otávio, Bruna. É urgente. Corram pro museu de Nacrene assim que lerem essa mensagem. Não sei o que fazer, é sobre o Matheus. Me encontrem pelos fundos e, por favor, não sejam vistos."
Ambos se encararam com certo mau pressentimento. Trataram de correr. O museu era um dos maiores e mais importantes prédios da cidade, localizado na avenida principal. Matheus falara sobre por horas, mas não disse ao certo porque tinha tanto carinho por aquele local. De todo caso, atravessaram a pequena cidade ferroviária em um ou dois minutos na velocidade máxima e lá estava ele: o imponente símbolo e orgulho de Nacrene.
— Psst... — Marília se escondia por detrás de um pilhar de mármore na lateral do museu. Os dois entenderam o recado e foram atrás. Não havia ainda ninguém nas redondezas.
— O que aconteceu? — Tremulou, ofegante, junto com a parceira.
— Shh... Não posso revelar meu jogo, mas minha informante disse que a polícia está guardando segredo. Eles podem aparecer a qualquer momento e isso vai ser ruim para qualquer um de nós. Por favor, por trás do museu. — Ainda que fosse de uma profissão que exigisse certa frieza, a garota tremia, como se tivesse visto um espírito. — O Matheus disse algo sobre a mãe dele ser Lenora ou...?
"Que pergunta estranha..." — Não disse, mas faz sentido... — disse o garoto.
— Acho que vocês devem saber o que fazer mais que eu. — Pulou, na ponta do pé, até os fundos. Os outros a seguiram.
Marília abriu vagarosa a porta. O interior era majestoso. Estavam no plano inferior, dava para ver a atração principal de lá mesmo: o gigantesco esqueleto de Dragonite. Qualquer movimentação lhes daria a oportunidade de se esconderem assim que percebessem. Matheus soluçava no canto entre duas estantes somente com a história do continente, visivelmente transtornado.
— Eu queria me desculpar pelo teleporte do Porygon mais cedo, mas não sei se é um bom momento.
— Você não disse tudo, o que aconteceu?
— Bruna... A parede... replicou.
A de Sinnoh olhou para baixo, enquanto os loiros procuravam por anormalidades na parede mais próxima. Uma marca de mão ensanguentada arrastada por alguns centímetros. Uma estante ao fundo também caíra, revelando que houve algum tipo de luta, com nítida resistência.
— A antiga sala de ginásio está trancada e a porta da frente e dos fundos também. Entramos com uma chave reserva dele. Lenora sumiu e o Matheus jura que essa é a mesma marca da mãe dele.
— Eu vou falar com ele. — Quando Bruna deu um passo a frente, o filho de Juniper segurou-a pelo pulso.
— Não, deixa comigo. — A garota engoliu assentiu, com receio entalado na garganta.
Da mesma forma como se estivesse em contato com um explosivo prestes a implodir, deu passos imprecisos, temendo a reação do amigo, que encarava o rastro de sangue com incredulidade. Não foi necessário tomar a dianteira, pois o próprio quebrou o silêncio.— Bruna, Otávio... Gaguejou entre lágrimas. — Já repararam que a Elite dos Quatro nem os Campeões... Eles nunca fazem nada? Marília escutava com muita atenção.
— Matheus... O que você quer dizer com isso? Marília ousou questioná-lo por mais. O filho único dos Castillo dava a entender conhecer algo sombrio, até demais para os padrões de sensacionalismo jornalístico.
— Minha mãe sabia de muita coisa. Não... ela sabia demais. Acho que deixar o posto de líder não foi o suficiente. Sua face se contorceu, como num desejo de expurgar suas lembranças e deixar de existir.
O ódio estava presente, porém, sentiu que um vazio no peito consumia cada pequeno traço de sentido de sua vida, que tanto pelejou para recobrar. Agora, não tinha mais nada e isso desfiava o sua carne miserável. Sabia o que podia acontecer. Sua mãe, Lenora, não era louca afinal. Após unhar a própria roupa, que era o que tinha para apertar tamanha raiva no momento de desespero, um grito de inconformismo de sua alma despedaçada pôde ser ouvido por cada canto da cidade. Imaginava o que eles eram capazes de fazer.
— Marília... Não queria ser chato, mas... poderia fingir que nada disso aconteceu? Digo... O que o Lucas dis...
— Não precisava nem dizer, Otávio... Acho que peguei peixe grande; grande demais para qualquer um. Irei arrumar uma desculpa com meu chefe. Mas tenho que sair daqui antes que a polícia sonhe que eu estive por aqui. Vou deixar meu número com vocês. — Entregou um cartão de visitas branco-turquesa para cada, contendo seus contatos, mais por questão de formalidade, já que ambos já tinham recebido mensagem da repórter.. — Bruna, Otávio. Eu não me esqueci disso. Só, por favor, não mexam com gente mais poderosa que vocês...  sem mim. Tchau... beijo. — Verdadeiramente temerosa, preferiu se resignar, despedindo-se com beijos na testa de cada um. Quando chegou na vez de Matheus, abaixou-se e beijou sua testa, aproximando a cabeça do outro ao seu abdômen e a acariciando com cuidado. — Certo, Porygon... Teleportar. — E desapareceu, provavelmente reaparecendo em outro ponto menos suspeito da cidade para uma jornalista se estar.
— Vem, Matheus. Vamos te levar pra casa. Disse Otávio, seguro. — E não importa o que você pense. A partir de agora, onde quer que a gente esteja, desde que juntos, seremos uma família. Está bem? O coração de Bruna despedaçou. Tinha beleza e sincera empatia no discurso do loiro, contudo, considerando o tempo que conheciam Matheus e sua experiência pessoal com dificuldade de formar laços profundos, estranhou sua ação tão visceral.
"Como...?"
Bruna se prontificou a ajudar o treinador. Colocou parte do peso sobre suas costas, junto com Otávio, levando-o ao dormitório anexo ao Centro Pokémon. Castillo, por sua vez, era incapaz de sentir coisa alguma, mesmo o ódio havia se esvaído, restando apenas as lágrimas, abstraídas em média quantidade de sua face; seu corpo entrou em estado catatônico.
"Diário de Viagem: dia 27.
Já fazem mais de duas décadas que a guerra acabou e, ainda assim, não imaginei que seria possível ver com meus próprios olhos como a melancolia na sua mais intensa forma pode desgraçar um ser humano, a ponto de que agora não sei o que mais me preocupa: a bomba que sei que está prestes a consumir Unova (e que talvez não percebam a tempo), ou que isso tudo seja capaz de destruir corações tão puros como o que conheci hoje. Nos chamam de geração perdida, mas ainda quero acreditar que isso é uma grande mentira."
- Marília

PDSML RV 2018 - S01E03


Temporada 01 - Episódio 03: "A hora e a vez de Matheus Castillo" | Localização: Rota 02

O dia anterior havia sido repleto de surpresas, bem agitado para um primeiro dia de jornada. Após passarem o resto da tarde tomando café, Otávio e Bruna decidiram se acomodar no Centro Pokémon da cidade, onde passaram uma noite tranquila, na ansiosa espera de um amanhecer tranquilo. Não havia tempo a perder: a aspirante à Top Coordenadora teria sua estreia do torneio muito em breve, com a inauguração dos contests de Unova na cidade de Castelia.
— Otávio, por favor, acorde! — Bruna invadiu o pequeno cômodo que o centro Pokémon ofereceu a seu amigo, aproveitando para balançar seu corpo sonolento.
— O que foi?... Só mais cinco minutos, por favor... — Irritadiço, o loiro deu as costas para Bruna e voltou a se cobrir.
— Não dessa vez. — A garota trouxe Zorua em seus braços, que pulou na cama e não deu paz para o treinador.
— Está bem, está bem! Só me dá um tempo para eu tomar um banho. O pokémon raposa pulou dos lençóis no mesmo momento que Otávio fez um movimento abrupto. Bruna colocou um sorriso no rosto.
[...]
Uma hora depois
[...]
— Todo esse tempo para a princesa se arrumar?
— Me dá um tempo, dormi muito mal nessa noite.
— Pelo que sua mãe me falou, você é assim sempre. Interrompendo a caminhada lenta, Bruna deu alguns passos para frente e demonstrou simpatia de maneira debochada.
— Eu adoraria ter uma longa conversa com seus pais, de preferência ver que tipo de coisa eles tem a me dizer sobre você. O loiro apressou o passo, ultrapassando a garota, que tentou fazer o mesmo.
— Você nem ouse!
[...]
Passados alguns minutos, na entrada na entrada da Rota 02:
[...]
— Você poderia reclamar menos e me agradecer, o dia está lindo!
— Não lembrava de você ser tão barulhenta. — Otávio riu baixinho, emendando com a imitação da companheira: — Vamos... Pensamento positivo, vai dar tudo bem! — Inclusive amansando a voz.
— Desde quando eu falo assim?
— Por onde começo? Pela peça que você fez jardim da infância ou...?
— Zorua dava risadinhas de hiena, até porque sabia que não se tratava de uma discussão séria.
Farfalhadas próximo aos dois chamaram a atenção do pokémon raposa, dirigindo suas orelhas à direita. O som ficava mais forte de forma a fazer Bruna e Otávio olharem um ao outro, intrigados, a espera de alguma resposta. Não tardaria a um garoto com provavelmente a mesma idade de ambos, jogar-se em cima de ambos em anticlímax. Logo atrás, um pokémon de penas vermelhas, brancas e azul-acinzentadas atravessou em rasante a cabeça do desconhecido, puxando seu cabelo e arranhando o lado esquerdo de sua face. Ficou claro que se tratava de fuga. Os três permaneceram no chão.
— AI, AI!
O corpo dos viajantes, de costas amassadas pelo forasteiro ferido, não sofreram danos, porém, não deixava de ser uma posição desconfortável. Bruna, para não dizer que não anotou a placa do carro que passou, puxou a Pokédex do bolso e se prontificou a identificar o Pokémon.
https://www.pkparaiso.com/imagenes/xy/sprites/animados/rufflet.gif
"Rufflet, o Pokémon águia-jovem. Não importa quão grande seja o oponente, Rufflet irá o enfrentar sem medo. Os filhotes, após atingirem certa idade, desafiam seus pais com intuito de ganhar sua aceitação".
— Então... Quer ficar pro jantar? — O loiro ironizou, de bom humor, a permanência do outro em cima deles.
— Ah, foi mal... — Apoiando os braços na grama, sem tocar mais em nenhum dos "acidentados", levantou-se de prontidão, oferecendo-lhes sua mão. — Matheus, a propósito. Prazer.
Moreno, alto, sorriso largo, risada apaixonante e, apesar da cicatriz que escorria algumas gotas de sangue, ridiculamente fotogênico. Alguma coisa em seu bom-humor os impedira de com ele se chatear.
— Bruna. — Sem estremecer a fala, estendeu-lhe o braço.
— Otávio — Gaguejou, também aceitando sua ajuda.
— Isso não devia ter acontecido... — Pouco ofegante, desviou a visão para o sentido que o Pokémon voou em direção.
— Estava atrás daquele Rufflet? — Tirando a poeira do próprio vestido, Bruna tomou a fala.
— Eu não capturo Pokémon do tipo voador, ou normal, ou de nenhum outro tipo que não seja fantasma. Quero ser um líder de ginásio, um dia! E substituir minha mentora. A despeito de despertar-lhes curiosidade, seu desajeitamento os deixou com requintes de credulidade.
— Você é treinador do tipo fantasma? — Otávio indagou surpreso.
— Sim!
— Já que você não viu primeiro... Eu vou atrás daquele Pokémon!
— Você está louco? Viu o que ele fez com o rosto dele?
— Não ficou tão ruim assim, vai... — Manteve-se de sorriso aberto.
— Bruna, vem logo. — Hesitou por um momento — Você pode vir também, acho... — Puxou-a pela mão esquerda. Zorua acompanhava pelo chão.
[...]
— Você vive por aqui? — A aceitar sem muito questionar o companheiro, a coordenadora, moderadamente atrás dos outros dois, insistia puxando conversa.
— Sou de Nacrene, duas cidades daqui. Costumo vir aqui de vez em quando.
— E você já tem um time completo? — O outro retrucou.
— Para ser sincero... Só tenho um Pokémon. — Otávio e Bruna não sabiam distinguir se Matheus ria então sinceramente ou de desespero. Nesse momento, da pokébola do garoto saltou, não pela vontade do treinador, uma criatura branca e fantasmagórica, porém graciosa, aos braços do aspirante à líder.
— Litwick... você é pesado... — Tentou prosseguir com o mesmo ritmo, todavia, naquele passou, acabou ficando para trás, junto da recém-conhecida. Apesar do tamanho, sua criatura pesava mais que três sacos de arroz.
— Litwick? Eu nunca ouvi falar... — O treinador estranhou, afinal, tratava-se de um Pokémon nativo bem conhecido e documentado.
 https://www.pkparaiso.com/imagenes/xy/sprites/animados/litwick.gif 
"Litwick, o Pokémon vela. Usando de sua luz para passar-se por guia de viajantes e pokémon perdidos, Litwick na verdade está drenando suas vidas à medida que alimenta suas chamas e os conduz ao mundo fantasma."
— Você não é daqui, não? Sua serenidade foi substituída pela respiração descompassada, enquanto retornava o companheiro à Pokébola. "Lit!"
— Sou sim, mas vivi a maior parte da vida em Kanto. Não era difícil se alegrar com a energia do moreno. Otávio ergueu-se de contraponto:
— Vocês vão mesmo ficar nessa melosidade comigo aqui? O desconforto se mostrava presente em sua fala, passivo-agressivo.
— Ah, é o que tem pra hoje, não? — Bruna nem ligou. Para ser sincera, com o início de sua jornada, nunca se sentira tão livre.
— Relaxa, Tavinho... Eu sei que sou tentador... — Aumentou a velocidade, retornando para perto de Otávio, que corou com a intromissão alheia. — Posso fazer muito mais, se quiserem.
"Que di... Que tipo de pervertido...? Ele fala sério?"
— Eu não sei o que dizer, apenas sentir. mas se lhe serve de consolo. Te acho extremamente sociável.
— Me sinto honrado. — Assentiu.
— Otávio, ali! — A mais velha apontou para um rochedo, no extremo montanhoso da rota. Lá estava Rufflet, observando raivoso e estático.
— Zorua! — O Pokémon posicionou-se em frente do treinador, de prontidão a um primeiro golpe.
Ironicamente, o adversário ergueu as asas. Detrás de si, uma revoada da sua espécie
— F... — Diante de sua boca, a palavra que lhe correu a mente travou. O loiro engoliu seco.
— Corre... — No desespero, Zorua saltou na mochila de Matheus, antes do próprio concluir a sentença.
Parecia uma sentença de filme, um Pyroar expulso da pedra do rei aos chutes... e bicadas. Seria cômico não fosse trágico. Os gritos dos três ecoavam, enquanto o pokémon sombrio se escondia confortavelmente na bolsa esverdeada do, cabelos puxados, roupas puxadas e dezenas de sobrevoos com rasantes sobre suas cabeças. Ironicamente, apenas a camisa do aspirante a líder foi danificada, deixando buracos nas costas e laterais, abrangendo parte da frente.
Na mesma posição que se conheceram, no chão, após o passar dos Rufflet, Matheus não tinha nem chances para se levantar, tamanha a surra que levara. Bruna, apesar de apenas ter sido levemente bicada, queria permanecer virada para o solo, para não ter que aguentar mais furada alguma que o amigo fosse metê-la. Otávio apenas fazia muito drama. O perseguido, obviamente ele, pousou na frente de nosso protagonista, grasnando em deboche, mostrando suas penugens enquanto ria.
Quid pro quo.
Matheus sentiu um movimentar estranho em sua mochila. Sabia que o pokémon do colega se escondera ali, mas não tinha forças para tirar a cara arrastada na terra dali. Suas orelhas felpudas e bem afiadas o ajudaram na tarefa de reconhecer a localização exata do adversário sem nem mesmo vê-lo. Zorua forçou-se ao exterior, preparando uma Shadow Ball. Os três se deram conta assim que ouviram um estrondo.
A ave de rapina desapareceu numa nuvem de fumaça. Otávio ergueu uma Pokébola, tentando se reerguer com o cotovelo. Bruna fez esforço para ver a cena, apesar de sua preguiça, observar a garra e força de Zorua a enchia de determinação. O outro garoto permanecia no chão, imóvel. Apesar do empenho, o loiro não era capaz de dar ordens ao Pokémon, que agia por conta própria.
Um grito esganiçado acompanhado de um rugido se aproximava.
Em torno de seu eixo, o tronco de Zorua dava voltas e mais voltas, abocanhando o Rufflet, ainda com muita energia, arrastado à Pokébola do treinador, que só acreditou quando sentiu a cápsula ser aberta.
— Zorua! — Retirando forças sabe-se-lá-de-onde, Bruna ergueu-se e puxou Otávio no ato, junto com a Pokébola, que escorregou ao chão, rodopiando conforme a captura ainda não era finalizada.
E parou.
— Puta merda, eu não acredito nisso. Zorua, como você...? — A reação não poderia ser diferente, algo em especial na criatura, além do seu pelo azulado, aguçava a curiosidade dos presentes, decerto sua inteligência acima do normal.
O Pokémon assentiu e sacudiu a poeira.
— Ãhn... Ai... — De uma vez, Matheus flexionou os músculos e se ajoelhou, todo dolorido e de vestes estrupiadas.
— Minha primeira captura! Eu não sei nem como agradecer. — Pegou o Pokémon para perto de si e o apertou em seus braços, o qual não se mostrou nem um pouco escorregadio, mas receptivo.
— É né, só que Zorua fez todo o trabalho sujo. — Retirou a camisa rasgada, procurando uma nova na mochila, dobrando-a, ainda que destruída, e trocando por uma preta, com uma garota pendurada em um Chadelure. Contudo, sua ação foi tão rápida que não deu espaço de tempo para que Bruna ou Otávio percebessem detalhes importantes em seu abdômen.
— Você é algum fã de música ou...? — O coração de Otávio bateu mais forte e a boca secou, talvez uma ponta de preocupação pela companheira, que perguntou.
— Meh... Um pouco, mas prefiro fantasmas. E pessoas determinadas. —Percebeu uma ponta de ciúme no outro, não hesitando em responder a altura, deixando o treinador envergonhado.
— Isso foi uma indireta ou...? — Disse o loiro.
— Entenda como quiser
— Bem, eu estou morta.
— E eu preciso de um banho.
— Vamos seguir reto para Striaton logo. Me lembre de nunca mais de cair nas suas. — Foi a primeira a ficar de pé, estendendo o braço um de cada vez.
— Obrigado. Muito melhor. — Engoliu seco, o estalo dos ossos do moreno podiam ser escutados por todos.
[...]
Bela e pacata, a tranquila Castelia dava boas vindas para os três aventureiros, que foram direto ao centro pokémon no início da cidade. Mesmo a mancar, Matheus tentava não transparecer a surra que tomara de meia dúzia de pombos. A conversa seguia engatada e amistosa e, Otávio já parecia se afeiçoar mais ao recém-chegado, apesar de ainda achá-lo estranho.
— Vou alugar os quartos, depois damos uma volta. Eu lembro que a noite é linda pelo observatório daqui. — Afirmou a coordenadora.
— Tem certeza que ninguém quer dividir quarto comigo? — Brincou.
— Hmm... Enquanto eu estiver lúcida, acho que não
— Pois é, fica para uma próxima... Vida. — Mesmo Otávio já entrava na brincadeira.
— Vamos lá? Seus Pokémon já devem estar restaurados, Otávio.
— Certo!
No prédio anexo, especificamente abaixo, ficava a enfermaria, pokémart e cafeteria. A atendente do Centro Pokémon, Ms. Joy acenou de modo tímido, o mais novo acelerou o passo, dirigindo-se ao balcão.
— Enfermeira Joy!
— Otávio? Aqui estão Zorua e Rufflet. Indo pra Castelia, certo? Boa sorte na sua batalha!
— Obrigado. Boa tarde!
Algumas preocupações pairavam seu imaginário, devido ter acompanhado as pesquisas de sua mãe desde sempre, como a possibilidade do Pokémon voador demonstrar desprezo, falta de sintonia e não acatar suas instruções. Entretanto, arraigou um sorriso, seguindo em frente.
— Já acabou? Foi rápido. — Bruna suspirou inspirada.
— Vamos indo? Tô morrendo de fome... — O moreno reclamou.
O trio partiu pela cidadezinha sem rumo, como se todos se conhecessem desde a infância sem nunca terem se separado. Mesmo o "intruso" dava um novo ar para a dinâmica do grupo. Entardecia e não se deram conta até o Sol ser bem visível nos cantos limítrofes do horizonte, quando Bruna os encaminhou ao ponto mais alto da cidade: o mirante.
— É igual como me lembrava.
— É bonito, e assustador. — Replicou Otávio, em suspiro.
— Posso ver Nacrene daqui. Não faz muito tempo, mas já sinto saudades, sabe?
— Sabe, Matheus. Acho que posso me acostumar com sua companhia, desde que você cuide bem do Otávio.
— Vai ser uma honra, senhorita. — Continuou, em tom irônico.
— Que diabos? Vão mesmo me tratar igual pet de vocês?
— Pelo menos enquanto eu tentar te adestrar. — A garota riu.
— Matheus, eu só não te esmago agora porque você ainda não tem um ginásio.
— Vocês vão ver. Minha hora e vez vai chegar, nem que na bicada.
— Quem sabe quando deixar de ser pervertido?
— O que posso fazer se sou irresistível? — Segurou a mão de ambos, alisando-as em cima do mirante com a sinistra e a destra, enquanto apreciava o início da noite, posicionado entre os dois. Naquele instante, o garoto teve a impressão que, literalmente, uma estrela a mais ascendeu aos céus.
"Não sei se um dia poderei te agradecer propriamente,
ou se minhas palavras poderão te alcançar,
mas agora eu sei, Mãe:
Eu não estou mais sozinho."
- Matheus

Personagens Fanfic

Platinum Barry.png
Nome: Otávio
Mãe: Professora Aurea Juniper
Cidade Natal: Nuvema Town
Região: Unova
Idade: 17
Classe: Treinador
Pokémon Principal: Zorua
Signo: Keldeo
Primeira aparição: S01E01
Descrição: Amigável e cheio de energia, Otávio é aquele com quem você poderá contar em todas as horas, o que não apenas o torna alguém facilmente sociável como também feito de trouxa na mesma facilidade. Costuma ser muito sonso e demora para entender insinuações e sarcasmo. Adora ler e desde pequeno tem o sonho de ser campeão dentro de seu coração. É também filho da renomada professora Aurea Juniper, coisa essa que indubitavelmente influenciou no seu amor por Pokémon.
Pokémon:
Insígnias:
Nenhuma ainda
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XY Serena.png
Nome: Bruna
Mãe: Simone
Cidade Natal: Nuvema Town
Região: Unova
Idade: 17
Classe: Coordenadora
Pokémon Principal: Snivy
Signo: Drapion
Primeira aparição: S01E01
Descrição: Além de inteligente e sonhadora, Bruna está sempre vestida para matar. Nascida em Nuvema Town, mudou-se para o coração de Kanto ainda muito nova, mas retornou pra Unova na adolescência devido aos pais novamente, dando a ela a oportunidade de se reaproximar com seus amigos de infância. Consegue ser mais sonsa que Otávio não intencionalmente, porém, usa disso para manipular aqueles que estão a sua volta, graças a isso não é bem-quista por tudos, apesar de ser um amor de pessoa.
Pokémon:
Fitas:
Nenhuma ainda
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Sun Moon Blue.png
Nome: Matheus
Mãe: Grace/Lenora
Cidade Natal: Nacrene City
Região: Unova
Idade: 18
Classe: Aspirante a líder de ginásio
Pokémon Principal: Litwick
Signo: Ampharos
Primeira aparição: S01E03
Descrição: Bem-humorado e com um ego tão comparável com seus muitos sonhos, Matheus é filho adotivo de Lenora, adotado após a morte de sua mãe biológica. Tendo essa líder instigante como figura materna, decidiu desde cedo trabalhar duro para ser como sua genitora e, agora que o posto de líder de Nacrene está vago, ele precisa trabalhar mais que nunca para suceder sua mãe, porém, precisará parar de se comparar com os demais e confiar, verdadeiramente, em si mesmo para conquistar seus objetivos.
Pokémon:
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Black White Hilda.png
Nome: Marília
Mãe: Marilyn
Cidade Natal: Jublife City
Região: Sinnoh
Idade: 18
Classe: -x-
Pokémon Principal: -x-
Signo: Krabby
Primeira aparição: S01E04
Descrição: -x-
Pokémon:
-x-
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Black White Cheren.png
Nome: Nick
Mãe: Anna
Cidade Natal: Nimbasa City
Região: Unova
Idade: 17
Classe: Treinador e Coordenador
Pokémon Principal: Oshawott/Larvesta
Signo: Drapion
Primeira aparição: S01E06
Descrição: -x-
Pokémon:
Insígnias e Fitas:
Nenhuma ainda
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Black 2 White 2 Bianca.png
Nome: Larissa
Mãe: Alicia
Cidade Natal: Castelia City
Região: Unova
Idade: 17
Classe: Coordenadora
Pokémon Principal: Vulpix
Signo: Doduo
Primeira aparição: S01E07
Descrição: -x-
Pokémon:
Fitas:
Nenhuma ainda
----------
Nome: Midori
Mãe: Celie
Cidade Natal: Driftveil City
Região: Unova
Idade: 17
Classe: Coordenadora
Pokémon Principal: Roggenrola
Signo: Keldeo
Primeira aparição: S01E07
Descrição: -x-
Pokémon:
Fitas:
Nenhuma ainda

PDSML RV 2018 - S01E02

Temporada 01 - Episódio 02: "Foi no mês de setembro" | Localização: Accumula Town
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Alguns pares de minutos se passaram após o fim da chuva. O caminho para Accumula Town estava facilitado com nenhum pokémon hostil no caminho, o que tornou a passagem muito mais rápida que o usual. Após uma parada breve, Otávio e Bruna seguiam caminho para a cidade mais próxima, um pequeno, mas desenvolvido, lugarejo ao norte de Nuvema. Logo que chegaram, notaram a formação de um tumulto, relativamente próximo ao Centro Pokémon.
— Devolva o meu Blitzle! — Uma garota de aproximadamente seis anos reclamava em tom de choro. Utilizava um macacão vermelho e roupa toda amarela por baixo. Na sua frente, duas pessoas uniformizadas riam de forma sádica.
— Que Blitzle? Esse? Agora é nosso. — Zombava a mulher, que demonstrava ser a mais confortável com a situação, apreciando o sofrimento da pequena.
Spr B2W2 Plasma Grunt M.pngSpr B2W2 Plasma Grunt F.pngPlasma-logo.png
Otávio se lembrou na mesma hora que já havia visto o brasão estampado em suas blusas, porém, o uniforme aparentava ser diferente do que ele se lembrava. Há três anos uma organização criminosa foi dissolvida graças aos esforços da polícia internacional e de treinadores esforçados, contudo, eles aparentemente estavam de volta, não sabia o motivo, mas precisava impedi-los depressa e informar sua mãe do ocorrido.
— Bruna, por favor, me ajude com essa. A Equipe Plasma está de volta. Estalou os dedos. A loira, todavia, nada entendeu.
— Equipe Plasma?
— A pior coisa que aconteceu nesse continente desde o primeiro impacto... A garota entendeu o recado, assentindo com a cabeça. — Vamos lá, nossa primeira batalha.  continuou.
Otávio se referiu a grande guerra que assolou a região há mais de setecentos anos. Conta-se em certas versões da história que os dragões lendários Reshiram, Zekrom e Kyurem eram apenas um só, entretanto, devido ao interesse conflitante dos dois heróis redentores do continente, separaram-se. Toda essa dor, tristeza e destruição causados no processo ficou conhecida como primeiro impacto.
— Hey, vocês, parem aí! Otávio gritou, chamando atenção dois ladrões.
— Outro pirralho. Alexei, dê um jeito nele. Do jeito que falava, a mulher da dupla parecia ser sua comandante. Sem contestar, o homem lançou uma pokébola.
Dusk Ball

— Purrloin, avante!
Poké Ball
— Essa pode deixar comigo. Snivy, é sua vez! Irritadiça, Bruna passou na frente do companheiro e tomou as rédeas da batalha.

"Purrloin, o pokémon desonesto. Eles roubam das pessoas por pura diversão, mas suas vítimas não podem evitar de perdoá-los. Sua fofura enganosa encaixa perfeitamente com seus atos."
— Bruna, não se deixe enganar pela aparência dele!
— Eu não nasci ontem... Snivy, Vine Whip!
— Purrloin, acabe logo com isso. Night Slash.
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O ataque do gatuno mostrou-se ineficaz perante aos chicotes de Snivy, que o prendeu antes mesmo de chegar perto, ainda fazendo pose. Enquanto utilizava os chicotes para defesa, alternava ataques rápidos em chibatadas na cara de Purrloin, perdendo uma porcentagem de sua energia.
— Isso não vai funcionar por muito tempo. Sand Attack seguido de Fury Swipes.
— Snivy, atravesse essa ofensiva com Vine Whip mais uma vez!
Dessa vez, o movimento de Bruna não foi tão bem sucedido. Veloz e perspicaz, Purrloin usou do espaço a seu favor e lançou poeira nos olhos de Snivy, tornando seus ataques menos precisos. Não apenas isso, as garras furiosas quase danificaram seriamente os olhos inimigos, jogando o tipo planta para trás.
— Snivy, aguente firme! Utilize o Attract — suspirou preocupada. — "Espero que dê certo..."
— Bloqueie seu ataque. Night Slash!
Snivy teve sorte das grandes: o atração funcionou, Purrloin era fêmea. A pelagem de tom roxo profundo não mais amedrontava, afinal, o inimigo agora cambaleava cega de paixão pelo pequeno conquistador de corações. Se havia algum momento perfeito era esse, nada mais pertinente que atacar enquanto a outra mostrava-se desatenta.
— Finalize com Tackle!
Caído Purrloin no chão, os membros da Equipe Plasma não podiam fazer nada senão observar incrédulos o resultado da batalha. A comoção foi geral, Snivy ainda estava de pé e Otávio tinha Zorua para batalhar.
— Você perdeu para essa baixinha? — A comandante gritou irritada.
— Eu não pude fazer nada, olha esse movimento ridículo que o Snivy usou.
— Não querendo interromper, mas vocês ainda querem lutar estando dois contra um? Devolvam logo a pokébola da menina. Já revirando os olhos, o loiro se intrometeu para lembrar o motivo da luta. Nesse meio tempo, Zorua já ameaçava lançar um Shadow Ball.
— Depressa, entrega logo essa porcaria.
— Irei guardar o rosto de vocês. Em nome da Equipe Plasma, vocês serão punidos.  Quase que como em um filme clichê de vilão e mocinho, a líder jogou no ar sua frase de efeito, assim como a Pokébola, que foi atirada às mãos da garotinha.
— Cale a boca! Zorua, Shadow Ball!
Todo aquele furdunço culminou com uma explosão gerada pelo Bola das Sombras do pokémon ilusionista. Não se ouviu um grito no momento durante o levantamento da cortina de fumaça. Os dois haviam desaparecido, porém, Otávio tinha o leve pressentimento que ainda os encontraria, mas deixou para lá. Partiu ao abraço de Zorua, que pulou contente em seu colo.
— Obrigado, Zorua. Você foi ótimo. — Derrubado no chão pela criaturinha, o treinador aproveitou para acariciá-lo.
— Eles fugiram! Bruna constatou
— Não se preocupe, algo me diz que ainda vamos ter a chance de fazer eles pagarem pelo que fizeram.
— Muito obrigada! Você salvou o meu Blitzle! O olhar da infante reluzia toda sua gratidão. Não sabia nem como demonstrar tamanha felicidade. Na emoção, liberou seu Pokémon para agradece também.
— Um Blitzle! — A coordenadora sacou a Pokédex prontamente

"Blitzle, o Pokémon zebra elétrica. Ele emana luz das extremidades quando descarrega sua eletricidade, assim, seus padrões de brilho na crina são utilizados para comunicar com outros da espécie. Conta-se que quando nuvens de trovão cobrem os céus, Blitzle aparece."

— Por favor — deu uma pausa, arrancando uma página de um pequeno diário que mantinha em seu bolso, escrevendo no mesmo. — Venham visitar o café dos meus pais nessa rua. Eles vão adorar conhecer vocês. — A garota entregou o papel para Bruna, com um endereço escrito em caligrafia infantil, um belo garrancho, porém, dava para entender.
— Pode deixar! Vamos sim. — Realizada pela sua primeira vitória, a do signo de Drapion abaixou-se, cumprimentando a mais nova e agradecendo o convite. A garotinha, em comemoração, concordou com a cabeça, saindo pulando pelas ruas.
Durante a breve conversa, a cientista assistente da professora Juniper chegou correndo em direção aos dois viajantes. Havia grande preocupação em seu rosto, provavelmente ela tinha alguma notícia ruim para dar e, havia grandes chances disso estar correlacionado com a posse de Zorua. Acompanhada de Fennel, sua fiel companheira flutuava: Musharva flutuava por ali, mesmo adormecida.

"Musharna, o Pokémon dorminhoco. A névoa emanando de suas testas é repleta de sonhos de pessoas e Pokémon, podendo mudar de forma de acordo com o sonho que Musharna se alimentou."
— Otávio, eu estava te procurando. — Fennel chegou agitada, ofegante.
— É sobre o Oshawott? Pois é, descobrimos pouco antes de chegar aqui.
— Sua mãe tentou te ligar, mas você não atendia...
— Estávamos batalhando contra alguns ladrões de Pokémon, inclusive preciso ligar pra ela. Aliás, o que tem esse Zorua?
— A professora estava com um projeto de estudo de Pokémon de colorações diferentes, juntamente com o professor Birch. Acho que se confundiu na hora de guardar as pokébolas.
— Mas o Otávio vai ter que devolver o Zorua?
— Não! Claro que não. Talvez se fosse outro cientista que tivesse capturado... mas foi justamente sua mãe. Pokémon assim são chamados de shinies, são extremamente raros, só que sua mãe não ia deixar você devolver um pokémon ao laboratório, isso é algo que não se faz nem com o adotante nem com o adotado. — Já alisando o cabelo com o desconforto, a dona das longas madeixas azuis suspirou.
— Que ótimo! Obrigado por avisar! Veio aqui só pra isso, Fennel? Comemorou Otávio.
— Não exatamente. Sua mãe pediu para que eu te avisasse para entregar todos os dados possíveis sobre Zorua e seu desenvolvimento, principalmente se ele der sinais de evoluir. Tenho também outros motivos, sou dona de uma casa nessa cidade e preciso levar meu computador até o laboratório.
— Ah, boa sorte então. Vamos cuidar disso. Muito obrigada. De longe a mais determinada, Bruna respondeu pelo companheiro.
— Até mais! Vejo vocês em Striaton, acho! Afobada, apressou o passo e despediu-se, acenando para ambos.
— Então, o que acha de dar uma pausa para toma um café? Sugeriu Buna.
— Ótima ideia. Mas o que acha de passarmos no Centro Pokémon antes para ligarmos para minha mãe?
— Por mim tudo bem, Snivy precisa se recuperar da batalha.
Aproveitando da proximidade dos dois com o Centro Pokémon, coordenadora e treinador adentraram o estabelecimento. Após uma rápida passagem das pokébolas na máquina de recuperação, Otávio se dirigiu ao computador local, onde iniciou uma chamada de videoconferência com sua mãe.
— Filho! Aí está você. Tentei te ligar pelo celular, mas você não atendeu!
— Desculpe... nos metemos em problema. Era sobre isso que eu queria falar com você.
— Estou ciente, pedi que Fennel tratasse disso quando chegasse em Accumula.
— Não é só isso. Descobrimos sobre Zorua na rota um, mas esperamos chegar aqui para ligar para você, só que avistamos alguns ladrões de Pokémon atacando uma garotinha e os planos ficaram para depois. Assim que resolvemos tudo, Fennel chegou.
— Isso é horrível! Eles foram presos?
— Não, escaparam. Pior, eles usavam um uniforme com a estampa da Team Plasma, parecia ser novo. Pelo que eu entendi, eles estão de volta.
Juniper abriu a boca em espanto, puxando o ar. Com os olhos cerrados por alguns segundos, refletiu em estado de pavor e agonia. Bruna, que estava do lado de Otávio no momento, ainda muito pouco entendia de quem se tratavam, afinal, passou nove anos fora de Unova e, nesse meio tempo, o continente quase foi destruído por essa organização.
— Irei contatar as autoridades. Elas emitirão um comunicado para a população ficar em alerta, em especial os líderes, a elite dos quatro e a campeã. Algo mais que possa ajudar?
— Sim, sim... Diferente do uniforme cinza e branco de antes, agora ele é preto e cobre até a boca. Por favor, faça isso.
— Bem, não se metam em problemas assim. Vocês tiveram sorte dessa vez, mas talvez não tenham tanto na próxima. Me mantenha informada..
— Tchau, mãe
— Tchau, filho. Tchau, Bruna! Ah, mais uma coisa, quero ressaltar que não quero que se preocupe com Zorua, apenas tome bem conta dele. Câmbio, desligo.
A ligação se deu por encerrada, desligando a tela do aparelho. Otávio respirou preocupado por breves instantes. A loira apenas observava, sem entender a gravidade e extensão da situação. Se a informação que eles passaram estivessem certas, não só Unova como o planeta inteiro passariam por tempos difíceis.
— O que tem essa Equipe Plasma de especial? Eles são igual a Equipe Rocket? — questionou acanhada.
— Conheço um pouco sobre a Equipe Rocket, eles são mercenários, é diferente. Apesar deles terem projetos assustadores, não se compara com a Equipe Plasma. A pior parte é que muitas pessoas foram enganadas da última vez e se juntaram a eles, boa parte morreu, outras nunca mais foram vistas.
Bruna engoliu seco. Um mau pressentimento correu sobre sua espinha e gelou todo seu corpo. Não sabia como agir logo em seguida, nem como confortar seu amigo. Zorua também havia sentido o peso no clima do ambiente, suas orelhas abaixaram um pouco.
— O que acha de tomar um café? — Sugeriu Otávio.
— Uma ótima ideia. Já estou indo, vou só ligar para meus pais em particular, tudo bem? O comportamento de Buna tomou um tom diferente, como se tivesse algo a esconder. Não que aquilo fosse um problema, todos precisam de privacidade, mas não do jeito suspeito que ela disse.
— Está bem, vou esperar do lado de fora.
Passados três minutos, a jovem retornou afoita. Otávio optou por simplesmente resignar e esquecer de tudo, provavelmente era apenas besteira de sua cabeça. Na curta caminhada até a ruazinha indicada no papel, os dois conversavam sobre o tempo perdido, de mãos dadas como antigamente, sem deixar de apreciar o céu, agora aberto e com poucas nuvens.
[...]
— Boa tarde, sejam bem vindos ao Camphrier Café. Mesa para dois? — Curvou-se um atendente, elegante como um Empoleon.
— Sim, por favor. Confirmou Bruna.
— Me acompanhem.
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O estabelecimento era um dos maiores da cidade, parecia muito com a arquitetura de Kalos, lembrando um pequeno casebre. Ambos se encantaram com a beleza do local. Após passarem por dentro da construção, chegaram a um grande jardim, onde apenas se ouvia o sussurrar do vento e a conversa baixa dos visitantes.
— Mãe, pai! Aí estão eles — Já de roupas trocadas e acompanhada de seu Blitzle, a garotinha trazia consigo seus pais para conhecer seus dois novos amigos. Por mais que Otávio e Bruna estivessem bem arrumados, eram os menos bem vestidos entre os cinco.
— Muito prazer, minha filha falou muito sobre vocês. A mãe os cumprimentou.
— Prazer. Ambos fizeram o mesmo.
— Nossa filha nos contou sobre tudo. É uma tragédia que a Equipe Plasma tenha voltado, se é isso mesmo que aconteceu. Isso é verdade? — O pai completou
— Está correto sim, mas queria que fosse mentira. Lamentou o loiro.
— Bem, pelo menos as coisas deram certo no final, não é? — Bruna tentou animar Otávio, novamente desanimado.
— Está certa. Que bom que ainda existem pessoas como vocês no mundo. Por ajudar nossa filha, gostaríamos que recebesse isso: — o homem retirou duas esferas no bolso, muito diferente das pokébolas normais, tanto que nenhum dos dois reconheceu o objeto pelo design.
— São pokébolas? — O mais novo perguntou.
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— São sim. Moon Balls, ótima para capturar pokémon que evoluem com a pedra da lua. Não são feitas aqui, são bem raras fora de Johto.
— Um presente? Muito obrigada, nem sei como posso agradecer.
— Eu também não. Não sei nem o que dizer.
— Por favor, é apenas uma lembrancinha. Nós é que estamos gratos. Tenham uma boa estadia no café! — O casal reverenciou os dois, em forma de gratidão, deixando Bruna e Otávio a sós.
[...]
— Então você quer tentar o desafio da liga... — A garota alternava a conversa entre um gole e outro na xícara de café.
— Vou sim, sempre foi meu sonho. Tivemos três campeões nos últimos três anos. Se tudo der certo, quero me tornar o quarto.
— Sabe? Eu senti falta daqui. Kanto é um lugar ótimo... Mas não é a mesma coisa. Bruna aspirou o ar puro com prazer, encarando o parceiro fixamente nos olhos.
— Então você promete uma coisa para mim?
— O quê?
— Promete que nunca mais vai embora? Aproximando sua mão direita dos dedos da loira, Otávio abriu um sorriso amarelo, um pouco infantil.
— Eu prometo...
"Eu ainda me lembro:
Dias de felicidade
Debaixo da tempestade.
Foi no mês de setembro..."
- Otávio
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