PDSML RV 2018 - S01E02

Temporada 01 - Episódio 02: "Foi no mês de setembro" | Localização: Accumula Town
Resultado de imagem para rain anime deviantart
Alguns pares de minutos se passaram após o fim da chuva. O caminho para Accumula Town estava facilitado com nenhum pokémon hostil no caminho, o que tornou a passagem muito mais rápida que o usual. Após uma parada breve, Otávio e Bruna seguiam caminho para a cidade mais próxima, um pequeno, mas desenvolvido, lugarejo ao norte de Nuvema. Logo que chegaram, notaram a formação de um tumulto, relativamente próximo ao Centro Pokémon.
— Devolva o meu Blitzle! — Uma garota de aproximadamente seis anos reclamava em tom de choro. Utilizava um macacão vermelho e roupa toda amarela por baixo. Na sua frente, duas pessoas uniformizadas riam de forma sádica.
— Que Blitzle? Esse? Agora é nosso. — Zombava a mulher, que demonstrava ser a mais confortável com a situação, apreciando o sofrimento da pequena.
Spr B2W2 Plasma Grunt M.pngSpr B2W2 Plasma Grunt F.pngPlasma-logo.png
Otávio se lembrou na mesma hora que já havia visto o brasão estampado em suas blusas, porém, o uniforme aparentava ser diferente do que ele se lembrava. Há três anos uma organização criminosa foi dissolvida graças aos esforços da polícia internacional e de treinadores esforçados, contudo, eles aparentemente estavam de volta, não sabia o motivo, mas precisava impedi-los depressa e informar sua mãe do ocorrido.
— Bruna, por favor, me ajude com essa. A Equipe Plasma está de volta. Estalou os dedos. A loira, todavia, nada entendeu.
— Equipe Plasma?
— A pior coisa que aconteceu nesse continente desde o primeiro impacto... A garota entendeu o recado, assentindo com a cabeça. — Vamos lá, nossa primeira batalha.  continuou.
Otávio se referiu a grande guerra que assolou a região há mais de setecentos anos. Conta-se em certas versões da história que os dragões lendários Reshiram, Zekrom e Kyurem eram apenas um só, entretanto, devido ao interesse conflitante dos dois heróis redentores do continente, separaram-se. Toda essa dor, tristeza e destruição causados no processo ficou conhecida como primeiro impacto.
— Hey, vocês, parem aí! Otávio gritou, chamando atenção dois ladrões.
— Outro pirralho. Alexei, dê um jeito nele. Do jeito que falava, a mulher da dupla parecia ser sua comandante. Sem contestar, o homem lançou uma pokébola.
Dusk Ball

— Purrloin, avante!
Poké Ball
— Essa pode deixar comigo. Snivy, é sua vez! Irritadiça, Bruna passou na frente do companheiro e tomou as rédeas da batalha.

"Purrloin, o pokémon desonesto. Eles roubam das pessoas por pura diversão, mas suas vítimas não podem evitar de perdoá-los. Sua fofura enganosa encaixa perfeitamente com seus atos."
— Bruna, não se deixe enganar pela aparência dele!
— Eu não nasci ontem... Snivy, Vine Whip!
— Purrloin, acabe logo com isso. Night Slash.
Resultado de imagem para purrloin scratch
O ataque do gatuno mostrou-se ineficaz perante aos chicotes de Snivy, que o prendeu antes mesmo de chegar perto, ainda fazendo pose. Enquanto utilizava os chicotes para defesa, alternava ataques rápidos em chibatadas na cara de Purrloin, perdendo uma porcentagem de sua energia.
— Isso não vai funcionar por muito tempo. Sand Attack seguido de Fury Swipes.
— Snivy, atravesse essa ofensiva com Vine Whip mais uma vez!
Dessa vez, o movimento de Bruna não foi tão bem sucedido. Veloz e perspicaz, Purrloin usou do espaço a seu favor e lançou poeira nos olhos de Snivy, tornando seus ataques menos precisos. Não apenas isso, as garras furiosas quase danificaram seriamente os olhos inimigos, jogando o tipo planta para trás.
— Snivy, aguente firme! Utilize o Attract — suspirou preocupada. — "Espero que dê certo..."
— Bloqueie seu ataque. Night Slash!
Snivy teve sorte das grandes: o atração funcionou, Purrloin era fêmea. A pelagem de tom roxo profundo não mais amedrontava, afinal, o inimigo agora cambaleava cega de paixão pelo pequeno conquistador de corações. Se havia algum momento perfeito era esse, nada mais pertinente que atacar enquanto a outra mostrava-se desatenta.
— Finalize com Tackle!
Caído Purrloin no chão, os membros da Equipe Plasma não podiam fazer nada senão observar incrédulos o resultado da batalha. A comoção foi geral, Snivy ainda estava de pé e Otávio tinha Zorua para batalhar.
— Você perdeu para essa baixinha? — A comandante gritou irritada.
— Eu não pude fazer nada, olha esse movimento ridículo que o Snivy usou.
— Não querendo interromper, mas vocês ainda querem lutar estando dois contra um? Devolvam logo a pokébola da menina. Já revirando os olhos, o loiro se intrometeu para lembrar o motivo da luta. Nesse meio tempo, Zorua já ameaçava lançar um Shadow Ball.
— Depressa, entrega logo essa porcaria.
— Irei guardar o rosto de vocês. Em nome da Equipe Plasma, vocês serão punidos.  Quase que como em um filme clichê de vilão e mocinho, a líder jogou no ar sua frase de efeito, assim como a Pokébola, que foi atirada às mãos da garotinha.
— Cale a boca! Zorua, Shadow Ball!
Todo aquele furdunço culminou com uma explosão gerada pelo Bola das Sombras do pokémon ilusionista. Não se ouviu um grito no momento durante o levantamento da cortina de fumaça. Os dois haviam desaparecido, porém, Otávio tinha o leve pressentimento que ainda os encontraria, mas deixou para lá. Partiu ao abraço de Zorua, que pulou contente em seu colo.
— Obrigado, Zorua. Você foi ótimo. — Derrubado no chão pela criaturinha, o treinador aproveitou para acariciá-lo.
— Eles fugiram! Bruna constatou
— Não se preocupe, algo me diz que ainda vamos ter a chance de fazer eles pagarem pelo que fizeram.
— Muito obrigada! Você salvou o meu Blitzle! O olhar da infante reluzia toda sua gratidão. Não sabia nem como demonstrar tamanha felicidade. Na emoção, liberou seu Pokémon para agradece também.
— Um Blitzle! — A coordenadora sacou a Pokédex prontamente

"Blitzle, o Pokémon zebra elétrica. Ele emana luz das extremidades quando descarrega sua eletricidade, assim, seus padrões de brilho na crina são utilizados para comunicar com outros da espécie. Conta-se que quando nuvens de trovão cobrem os céus, Blitzle aparece."

— Por favor — deu uma pausa, arrancando uma página de um pequeno diário que mantinha em seu bolso, escrevendo no mesmo. — Venham visitar o café dos meus pais nessa rua. Eles vão adorar conhecer vocês. — A garota entregou o papel para Bruna, com um endereço escrito em caligrafia infantil, um belo garrancho, porém, dava para entender.
— Pode deixar! Vamos sim. — Realizada pela sua primeira vitória, a do signo de Drapion abaixou-se, cumprimentando a mais nova e agradecendo o convite. A garotinha, em comemoração, concordou com a cabeça, saindo pulando pelas ruas.
Durante a breve conversa, a cientista assistente da professora Juniper chegou correndo em direção aos dois viajantes. Havia grande preocupação em seu rosto, provavelmente ela tinha alguma notícia ruim para dar e, havia grandes chances disso estar correlacionado com a posse de Zorua. Acompanhada de Fennel, sua fiel companheira flutuava: Musharva flutuava por ali, mesmo adormecida.

"Musharna, o Pokémon dorminhoco. A névoa emanando de suas testas é repleta de sonhos de pessoas e Pokémon, podendo mudar de forma de acordo com o sonho que Musharna se alimentou."
— Otávio, eu estava te procurando. — Fennel chegou agitada, ofegante.
— É sobre o Oshawott? Pois é, descobrimos pouco antes de chegar aqui.
— Sua mãe tentou te ligar, mas você não atendia...
— Estávamos batalhando contra alguns ladrões de Pokémon, inclusive preciso ligar pra ela. Aliás, o que tem esse Zorua?
— A professora estava com um projeto de estudo de Pokémon de colorações diferentes, juntamente com o professor Birch. Acho que se confundiu na hora de guardar as pokébolas.
— Mas o Otávio vai ter que devolver o Zorua?
— Não! Claro que não. Talvez se fosse outro cientista que tivesse capturado... mas foi justamente sua mãe. Pokémon assim são chamados de shinies, são extremamente raros, só que sua mãe não ia deixar você devolver um pokémon ao laboratório, isso é algo que não se faz nem com o adotante nem com o adotado. — Já alisando o cabelo com o desconforto, a dona das longas madeixas azuis suspirou.
— Que ótimo! Obrigado por avisar! Veio aqui só pra isso, Fennel? Comemorou Otávio.
— Não exatamente. Sua mãe pediu para que eu te avisasse para entregar todos os dados possíveis sobre Zorua e seu desenvolvimento, principalmente se ele der sinais de evoluir. Tenho também outros motivos, sou dona de uma casa nessa cidade e preciso levar meu computador até o laboratório.
— Ah, boa sorte então. Vamos cuidar disso. Muito obrigada. De longe a mais determinada, Bruna respondeu pelo companheiro.
— Até mais! Vejo vocês em Striaton, acho! Afobada, apressou o passo e despediu-se, acenando para ambos.
— Então, o que acha de dar uma pausa para toma um café? Sugeriu Buna.
— Ótima ideia. Mas o que acha de passarmos no Centro Pokémon antes para ligarmos para minha mãe?
— Por mim tudo bem, Snivy precisa se recuperar da batalha.
Aproveitando da proximidade dos dois com o Centro Pokémon, coordenadora e treinador adentraram o estabelecimento. Após uma rápida passagem das pokébolas na máquina de recuperação, Otávio se dirigiu ao computador local, onde iniciou uma chamada de videoconferência com sua mãe.
— Filho! Aí está você. Tentei te ligar pelo celular, mas você não atendeu!
— Desculpe... nos metemos em problema. Era sobre isso que eu queria falar com você.
— Estou ciente, pedi que Fennel tratasse disso quando chegasse em Accumula.
— Não é só isso. Descobrimos sobre Zorua na rota um, mas esperamos chegar aqui para ligar para você, só que avistamos alguns ladrões de Pokémon atacando uma garotinha e os planos ficaram para depois. Assim que resolvemos tudo, Fennel chegou.
— Isso é horrível! Eles foram presos?
— Não, escaparam. Pior, eles usavam um uniforme com a estampa da Team Plasma, parecia ser novo. Pelo que eu entendi, eles estão de volta.
Juniper abriu a boca em espanto, puxando o ar. Com os olhos cerrados por alguns segundos, refletiu em estado de pavor e agonia. Bruna, que estava do lado de Otávio no momento, ainda muito pouco entendia de quem se tratavam, afinal, passou nove anos fora de Unova e, nesse meio tempo, o continente quase foi destruído por essa organização.
— Irei contatar as autoridades. Elas emitirão um comunicado para a população ficar em alerta, em especial os líderes, a elite dos quatro e a campeã. Algo mais que possa ajudar?
— Sim, sim... Diferente do uniforme cinza e branco de antes, agora ele é preto e cobre até a boca. Por favor, faça isso.
— Bem, não se metam em problemas assim. Vocês tiveram sorte dessa vez, mas talvez não tenham tanto na próxima. Me mantenha informada..
— Tchau, mãe
— Tchau, filho. Tchau, Bruna! Ah, mais uma coisa, quero ressaltar que não quero que se preocupe com Zorua, apenas tome bem conta dele. Câmbio, desligo.
A ligação se deu por encerrada, desligando a tela do aparelho. Otávio respirou preocupado por breves instantes. A loira apenas observava, sem entender a gravidade e extensão da situação. Se a informação que eles passaram estivessem certas, não só Unova como o planeta inteiro passariam por tempos difíceis.
— O que tem essa Equipe Plasma de especial? Eles são igual a Equipe Rocket? — questionou acanhada.
— Conheço um pouco sobre a Equipe Rocket, eles são mercenários, é diferente. Apesar deles terem projetos assustadores, não se compara com a Equipe Plasma. A pior parte é que muitas pessoas foram enganadas da última vez e se juntaram a eles, boa parte morreu, outras nunca mais foram vistas.
Bruna engoliu seco. Um mau pressentimento correu sobre sua espinha e gelou todo seu corpo. Não sabia como agir logo em seguida, nem como confortar seu amigo. Zorua também havia sentido o peso no clima do ambiente, suas orelhas abaixaram um pouco.
— O que acha de tomar um café? — Sugeriu Otávio.
— Uma ótima ideia. Já estou indo, vou só ligar para meus pais em particular, tudo bem? O comportamento de Buna tomou um tom diferente, como se tivesse algo a esconder. Não que aquilo fosse um problema, todos precisam de privacidade, mas não do jeito suspeito que ela disse.
— Está bem, vou esperar do lado de fora.
Passados três minutos, a jovem retornou afoita. Otávio optou por simplesmente resignar e esquecer de tudo, provavelmente era apenas besteira de sua cabeça. Na curta caminhada até a ruazinha indicada no papel, os dois conversavam sobre o tempo perdido, de mãos dadas como antigamente, sem deixar de apreciar o céu, agora aberto e com poucas nuvens.
[...]
— Boa tarde, sejam bem vindos ao Camphrier Café. Mesa para dois? — Curvou-se um atendente, elegante como um Empoleon.
— Sim, por favor. Confirmou Bruna.
— Me acompanhem.
Resultado de imagem para café anime art
O estabelecimento era um dos maiores da cidade, parecia muito com a arquitetura de Kalos, lembrando um pequeno casebre. Ambos se encantaram com a beleza do local. Após passarem por dentro da construção, chegaram a um grande jardim, onde apenas se ouvia o sussurrar do vento e a conversa baixa dos visitantes.
— Mãe, pai! Aí estão eles — Já de roupas trocadas e acompanhada de seu Blitzle, a garotinha trazia consigo seus pais para conhecer seus dois novos amigos. Por mais que Otávio e Bruna estivessem bem arrumados, eram os menos bem vestidos entre os cinco.
— Muito prazer, minha filha falou muito sobre vocês. A mãe os cumprimentou.
— Prazer. Ambos fizeram o mesmo.
— Nossa filha nos contou sobre tudo. É uma tragédia que a Equipe Plasma tenha voltado, se é isso mesmo que aconteceu. Isso é verdade? — O pai completou
— Está correto sim, mas queria que fosse mentira. Lamentou o loiro.
— Bem, pelo menos as coisas deram certo no final, não é? — Bruna tentou animar Otávio, novamente desanimado.
— Está certa. Que bom que ainda existem pessoas como vocês no mundo. Por ajudar nossa filha, gostaríamos que recebesse isso: — o homem retirou duas esferas no bolso, muito diferente das pokébolas normais, tanto que nenhum dos dois reconheceu o objeto pelo design.
— São pokébolas? — O mais novo perguntou.
Dream Moon Ball Sprite.pngDream Moon Ball Sprite.png
— São sim. Moon Balls, ótima para capturar pokémon que evoluem com a pedra da lua. Não são feitas aqui, são bem raras fora de Johto.
— Um presente? Muito obrigada, nem sei como posso agradecer.
— Eu também não. Não sei nem o que dizer.
— Por favor, é apenas uma lembrancinha. Nós é que estamos gratos. Tenham uma boa estadia no café! — O casal reverenciou os dois, em forma de gratidão, deixando Bruna e Otávio a sós.
[...]
— Então você quer tentar o desafio da liga... — A garota alternava a conversa entre um gole e outro na xícara de café.
— Vou sim, sempre foi meu sonho. Tivemos três campeões nos últimos três anos. Se tudo der certo, quero me tornar o quarto.
— Sabe? Eu senti falta daqui. Kanto é um lugar ótimo... Mas não é a mesma coisa. Bruna aspirou o ar puro com prazer, encarando o parceiro fixamente nos olhos.
— Então você promete uma coisa para mim?
— O quê?
— Promete que nunca mais vai embora? Aproximando sua mão direita dos dedos da loira, Otávio abriu um sorriso amarelo, um pouco infantil.
— Eu prometo...
"Eu ainda me lembro:
Dias de felicidade
Debaixo da tempestade.
Foi no mês de setembro..."
- Otávio
© 2011-2019 PDSML ™®, All Rights Reserved. Não copie sem autorização de Minhocafrita. Todo o Conteúdo copiado têm seus devidos créditos.